domingo, 1 de dezembro de 2019

ALMANAQUE DO COMBATENTE AEROMÓVEL - 2ª Edição - Out 2019

                               
Venho aqui parabenizar o Exmo Sr. Gen Bda HELDER DE FREITAS BRAGA, Comandante da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) e a 3ª Seção (Seção de Operações), pela iniciativa de propor, aprovar e publicar em seu site a segunda edição do Almanaque do Combatente Aeromóvel

O Almanaque do Combatente Aeromóvel relaciona os concludentes dos cursos de especialização proporcionados pela 12ª Brigada de Infantaria  Leve (Amv), "Brigada Fornovo Di Taro" desde o primeiro, em 1993, até o último, em constante processo de atualização, decorrente dos sucessivos turnos formados. Porém, considera os primeiros combatentes Aeromóveis os antigos comandantes da Bda, como forma de prestar homenagem a esses militares por seu legado de glórias. (Este Almanaque é a memória dos combatentes de ontem e de agora).


                      SÍNTESE HISTÓRICA DA BRIGADA AEROMÓVEL

A 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) tem sua origem na 5ª Brigada Estratégica, sediada na Cidade de Aquidauana, atual estado do Mato Grosso do Sul. A restruturação do Exército, fruto das ações decorrentes da Lei de Reorganização do Exército de 1908; criou Grandes Unidades permanentes, no início chamadas de Brigadas Estratégicas. Dentre elas, a 5ª Brigada Estratégica (gênese da Brigada Aeromóvel), criada por meio do Decreto nº 7.054, de 06 de agosto de 1908. 

Em 23 de fevereiro de 1915, através do Decreto nº 11.498, a 5ª Brigada Estratégica foi transformada em 8ª Brigada de Infantaria e foi transferida para Belo Horizonte, Minas Gerais. Quatro anos mais tarde, o Decreto nº 13.652, de 18 junho de 1919, cria a 4ª Brigada de Infantaria, formada a partir da 8ª Brigada de Infantaria. Seu primeiro comandante foi o General Eduardo Artur Sócrates. Era constituída pelos 6º RI (Caçapava), 52º BC (Juiz de Fora), 53º BC (Lorena) e 54º BC (São João Del Rey). No final daquele ano, a 4ª Brigada de Infantaria foi transferida para a cidade de Caçapava. 

O momento histórico vivido pelo país nas primeiras décadas do século XX, repercutiram na vida da 4ª Brigada de Infantaria a ponto de implicar na transferência de sua da sede da cidade de Caçapava para Lorena e vice-versa. Assim, em 25 novembro de 1930, como uma das consequências da revolução de 1930, que irrompera em outubro daquele ano, o Comando da 4ª Brigada de Infantaria foi declarado extinto provisoriamente, conforme o Aviso nº 821, de 12 novembro de 1930, tendo suas atividades encerradas no dia de 25 novembro do mesmo ano. 

No dia 9 JUL 1932 estourou em São Paulo a Revolução Constitucionalista, que envolveu o Vale do Paraíba paulista no maior confronto interno ocorrido no Brasil, entre revolucionários e governistas. Do lado revolucionário, a liderança militar coube a dois expoentes do Exército, com curso na Alemanha e cofundadores da revista A Defesa Nacional, o general reformado Bertoldo Klinger e o Cel Euclides Figueiredo. Do lado governista, o expoente, no Vale do Paraíba, foi o general Aurélio Goes Monteiro, comandante do Destacamento do Exército do Leste, grande estudioso de Napoleão, que chefiara no campo militar a Revolução de 1930 e, apoiado por unidade aérea a comando do Maj Eduardo Gomes, herói do Episódio dos 18 do Forte de Copacabana em 1922. O Vale do Paraíba entre Barra Mansa e Guaratinguetá foi o cenário da frente principal de uma revolução com muitas frentes tendo os paulistas como os principais protagonistas desta epopeia. 

Iniciada a contraofensiva governamental no vale do Paraíba, a unidade do Cap Zenóbio da Costa recebeu ordens para incorporar-se ao destacamento do Coronel Manuel Daltro Filho, travando contato com o inimigo nas proximidades de Itatiaia (RJ). Ocorreu, então, o primeiro recuo da vanguarda constitucionalista comandada pelo coronel Euclides Figueiredo. Na frente leste, os combates entre paulistas e federais foram mais assíduos e violentos, com as forças legalistas tentando chegar a Campinas e dali abrir caminho para a ocupação militar da capital bandeirante. A atuação do então Cap Zenóbio da Costa foi posta em evidência pelos despachos do Coronel Daltro, assegurando 8 sua promoção a major no dia 5 de agosto de 1932, menos de um mês após o início das hostilidades. Tais fatos se revestem de grande importância, uma vez que, findada a Revolução Constitucionalista, o Comando da 4ª Brigada de Infantaria, foi reativado pelo Aviso nº 565, de 10 de outubro de 1932, que restabeleceu integralmente, as disposições que regiam a organização territorial militar. Sendo o General Daltro Filho nomeado seu comandante. 

Em maio de 1938, fruto de mais uma modernização pela qual passou o Exército Brasileiro, a 4ª Brigada de Infantaria deu lugar a Infantaria Divisionária/2. Transformação detalhada por meio do Decreto Lei nº 413, de 6 de maio de 1938. Em março de 1943 foi nomeado como Comandante da ID/2 o General Zenóbio da Costa, onde permaneceu por curtos 15 dias. O General Zenóbio foi designado comandante da Infantaria Expedicionária e, em agosto daquele ano já estava estagiando em Centros de Treinamento Norte-Americanos a fim de se preparar para a Guerra. 

Além do General Zenóbio da Costa, três Organizações Militares hoje pertencentes a Brigada Aeromóvel, compuseram a Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial. O 6º RI, Regimento Ipiranga; o 3º Grupo 105 da FEB, Grupo Bandeirante; e o 1º Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado, Esquadrão Tenente Amaro. 

Em 29 abril de 1945, houve a conquista da Cidade de Fornovo, no vale do Rio Taro, cujos protagonistas foram as três OM febianas da Bda Amv. Nesta que foi a última batalha da FEB nos campos italianos, o 6º RI foi a principal unidade responsável pela vitória, enquanto o 1º Esqd Rec Mec acelerou o cerco e o 3º Grupo 105 realizou o apoio de fogo da batalha. Paralelo aos combates, houve a negociação e a efetivação da rendição incondicional da 148º Divisão Alemã e outras tropas alemãs e italianas. 

Voltando ao Brasil, em 4 de abril de 1944, por meio do Aviso nº 832, do Ministro da Guerra, o Quartel General da Infantaria Divisionária da 2ª Região Militar é transferido da cidade de Caçapava-SP para Lorena-SP. Em Junho de 1946, é extinta a Infantaria Divisionária/2, com sede em Lorena-SP, e transformada em Subcomando da 2ª Divisão de Infantaria em São Paulo - SP. 

A Brigada só retornaria à cidade de Caçapava em 1952, quando o Decreto nº 31.665, de 26 de outubro de 1952, extingue o Subcomando da 2ª Divisão de Infantaria da cidade de São Paulo, e cria o Comando da Infantaria Divisionária/2. Posteriormente, em 07 de fevereiro de 1972, é criada a 12ª Brigada de Infantaria. 

Em 18 de dezembro de 1985, A 12ª Brigada de Infantaria, teve seu nome alterado para 12ª Brigada de Infantaria Motorizada. Finalmente em 1995, pelo Decreto Presidencial publicado nº 114, de 16 de junho de 1995, a 12ª Brigada de Infantaria foi transformada na 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), mantendo sua sede na cidade de Caçapava-SP. 

Antes mesmo de se tornar uma brigada aeromóvel, suas OM já se preparavam para assumir sua vocação. Assim, em 1993, foi formada a primeira turma de combatentes aeromóveis no 5º Batalhão de Infantaria em Lorena-SP. A partir de então a Brigada Aeromóvel se projetou ano após ano no cenário nacional, consolidando sua aptidão e destino de atuar com rapidez em todo o Território Nacional, em cumprimento às atribuições constitucionais. 

Desde 1995 até os dias atuais, a Brigada Aeromóvel participou de inúmeras operações. Dentre elas: Operação Parauapebas, 1998; Operação Arcanjo 2007; Operação Ágata 2013; Jornada Mundial da Juventude, 2013; Operação Bahia, 2014; Copa do Mundo de Futebol, 2014; Jogos Olímpicos, 2016; Greve dos Caminhoneiros, 2018; Intervenção Federal do Rio de Janeiro, 2018. Além de todas essas Operações, a 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) foi a Grande Unidade que teve mais participações no Haiti, totalizando 7 (sete) contingentes, em 2004, 2005, 2006, 2010. 2011, 2013 e 2017. 

Em maio de 2016, fruto do reconhecimento de sua participação histórica na 2ª Guerra Mundial, a 12ª Brigada de Infantaria leve (Aeromóvel), por meio da Portaria do Comandante do Exército nº 517, de 19 de maio de 2016, recebeu a denominação histórica de Brigada FORNOVO DI TARO. 

Atualmente, a Brigada Aeromóvel é uma Força de Emprego Estratégico, com capacidade de atuar em qualquer parte do território nacional, sendo fator de desequilíbrio estratégico dentro da Concepção de Emprego Estratégico do Exército. Para isso, está em constante estado de prontidão com suas tropas organizadas e adestradas todos os dias do ano.












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