sábado, 29 de setembro de 2012

BRASIL ENTRA NA ERA DE DEFESA CONTRA ATAQUES CIBERNÉTICOS.



                                                                                                                                  

Brasil prepara suas defesas contra ataques cibernéticos 

Dos jogos à realidade: Exército se movimenta para proteger estruturas do Governo em ciberguerra

Thiago Gomes
Brasília





O Governo Dilma Rousseff chancelou investimentos globais da ordem de R$ 11,4 bilhões em defesa cibernética. Além de preocupar-se com o poder militar como mecanismo dissuasório, hoje o Brasil também volta a sua atenção para a proteção de sua rede de internet, um dos itens de relevância da defesa nacional. Coube ao Exército a missão de desenvolver e implantar um projeto para eventual aplicação numa ciberguerra.

A defesa cibernética é um dos sete projetos prioritários no âmbito do Exército para os próximos anos, ao lado de outros como recuperação de sua capacidade operacional, implantação da nova família de blindados sobre rodas, sistema de monitoramento de fronteira, proteção de estruturas terrestres, defesa antiaérea e sistema de mísseis e foguetes Astros 2020. Todos eles são estratégicos na visão do Ministério da Defesa e listados no Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN).

Recentemente, o ministro da Defesa, Celso Amorim, declarou que o termo “guerra” ainda é exagerado em se tratando dos chamados cibercrimes, entretanto, é inegável que a internet já é um cenário de ataques. Por isso, segundo ele, hoje há uma preocupação do País em proteger também suas fronteiras virtuais.

De acordo com o comando do Exército, compete à força a responsabilidade pelo setor estratégico cibernético, o que envolve uma série de medidas pontuais, de articulação e equipamento, para permitir a consolidação do setor. A capacidade de preservar a integridade de estruturas estratégicas que podem ser alvos de ataques cibernéticos em diferentes modalidades é de fundamental importância para o País.

O comandante do Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CComGEx), general de brigada Antônio dos Santos Guerra Neto, sustenta a importância da implantação de um sistema nacional capaz de monitorar ataques vindos da internet.

Segundo o general, que também gerencia o projeto Sistema de Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), “a cibernética é uma questão ameaçadora para a qual devemos estar preparados”.


ARGUMENTOS FORTES

O Governo usa como argumentos em seu favor, para os investimentos propostos, vários registros de ofensivas de hackers a sistemas importantes de alguns países, atacando, principalmente, setores como o de energia. Há dois anos, por exemplo, o Irã teve seu programa nuclear atingido por vírus.

Eventos internacionais como a Rio+20, que aconteceu em junho no Rio de Janeiro, a Copa das Confederações, em 2013; Copa do Mundo, em 2014; e as Olimpíadas em 2016, todos no Brasil, onde há uma grande movimentação de dados, também foram determinantes para abertura dos cofres públicos aos investimentos no setor cibernético.


AÇÕES

São listadas algumas ações de curto prazo para a defesa cibernética brasileira, como a construção da sede definitiva do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber), em Brasília, e aquisição de infraestrutura de apoio; compra de equipamentos; capacitação de recursos humanos; aquisição de soluções de hardware e software de defesa cibernética e implantação dos projetos estruturantes do setor, ampliando a capacidade de resposta às ameaças.

Além da compra de cerca de 60 mil máquinas, o Brasil também está às voltas com o desenvolvimento do antivírus Defesa BR. Um vírus preocupante é o Stuxnet, que infecta e reprograma sistemas de controle, inclusive o Scada, utilizado na usina de Angra. Mas conforme o general Santos Guerra, uma guerra se faz com “escudo e com espada”, por isso o Exército licitou uma empresa brasileira para o desenvolvimento do primeiro simulador nacional de operações cibernéticas (Simoc), também com mecanismo de ataque.

Fonte: Exercito.gov.br

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